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O homem mais sexy do mundo segundo a Revista People.

25 julho 2006

Os três ciclistas

Um homem andava de bicicleta pela rua movimentada. Estava com pressa, andava rápido e precisava ficar desviando das pessoas. A rua estava parada de trânsito passava muito motoqueiro pelos corredores, teria que ir pela calçada mesmo. Enquanto andava, quieto e concentrado, seguia pensando, apenas pensando sem dizer uma palavra:
Quinze minutos até o banco fechar, preciso ir rápido e tá cheia a rua, vou ter que tomar cuidado”. Ele partiu concentrado, determinado. Não poderia se atrasar, poderia perder o emprego. A frente uma mulher não o via chegando por trás e na direção contrária um homem de uniforme percebeu a situação e abriu espaço para ele passar entre os dois. “Nossa, o cara abriu pra eu passar, nem precisei diminuir, gente boa esse cara. E bem esperto de perceber a tempo”.
Em seguida um grupo de moleques voltando da escola, ocupavam a calçada toda e nem quem vinha a pé teria por onde passar. “É, acho que vou ter que ir pra rua um pouco”. Desceu numa guia rebaixada de uma garagem, passou pelo grupo, voltou para a calçada logo em seguida onde era um posto, porque já vinham dois motoqueiros logo atrás. “Como era bom na escola, quando eu podia voltar para casa despreocupado assim, nada importava e eu mal me dava conta do que acontecia a minha volta”.
Ele ainda estava longe do banco e o tempo corria. Duas lindas meninas com roupas bem curtas conversavam em frente a uma casa. “Caramba, bem que eu podia ter tempo agora, hein? Nossa, que beleza. Não saberia nem em qual das duas chegar”. Passou pelas duas e elas nem se deram conta.
Agora estava complicado. Devia ser inscrição de concurso porque havia muita gente espalhada na calçada em frente a um prédio do governo. “Putz, de onde surgiu esse monte de gente? Acho que dá pra passar ali no... não, pela rua... não, aqui não dá. Bom, vou ter que descer da bike mesmo”. Ele desceu da bicicleta, foi andando com ela ao seu lado, desviando das pessoas, até passar por toda a multidão. Subiu de novo e segui apressado.
Estava a uma esquina do banco, a calçada estava livre agora, ele ia bem rápido. Mas, imprudentemente, virou a esquina sem olhar, do outro lado vinha uma senhora de já seus setenta anos, caminhando devagar. Ao dar de cara com a senhora, ele assustou, desviou no reflexo, mas o braço direito do guidão pegou na alça da bolsa da senhora. De raspão, de leve. “Caramba, que merda eu fiz!”. Quase desequilibrou, parou logo adiante para não cair e olhou para trás. “Ah, pelo menos só pegou na bolsa, não aconteceu nada. Quase, nossa. Nem caiu a bolsa, mas ta tudo bem. Caramba, to atrasado, preciso ir!”. Subiu na bicicleta novamente e deu uma acelerada de meio quarteirão e alcançou o banco ainda aberto.
Um segundo homem andava de bicicleta pela rua movimentada. Estava com pressa, andava rápido e precisava ficar desviando das pessoas. A rua estava parada de trânsito passava muito motoqueiro pelos corredores, teria que ir pela calçada mesmo. Enquanto andava, quieto e concentrado, seguia pensando, apenas pensando sem dizer uma palavra:
Dez minutos até o banco fechar, preciso ir rápido”. Ele partiu concentrado, determinado. Não poderia se atrasar, poderia perder o emprego. A frente uma mulher não o via chegando por trás e na direção contrária um homem de uniforme percebeu a situação e abriu espaço para ele passar entre os dois. “Assim vai dar tempo”.
Em seguida um grupo de moleques voltando da escola, ocupavam a calçada toda e nem quem vinha a pé teria por onde passar. “E agora? O que eu faço?”. Desceu numa guia rebaixada de uma garagem, passou pelo grupo, voltou para a calçada logo em seguida onde era um posto, porque já vinham dois motoqueiros logo atrás. “Ainda bem que abriu um pouco o trânsito, tô no tempo certo, vou conseguir chegar”.
Ele ainda estava longe do banco e o tempo corria. Duas lindas meninas com roupas bem curtas conversavam em frente a uma casa. “Como é bom não ter o que fazer né, fia?”. Passou pelas duas e elas nem se deram conta.
Agora estava complicado. Devia ser inscrição de concurso porque havia muita gente espalhada na calçada em frente a um prédio do governo. “Merda, agora complicou. Melhor descer logo e desviar desse povo, to um pouco adiantado mesmo”. Ele desceu da bicicleta, foi andando com ela ao seu lado, desviando das pessoas, até passar por toda a multidão. Subiu de novo e segui apressado.
Estava a uma esquina do banco, a calçada estava livre agora, ele ia bem rápido. Mas, inconseqüentemente, tentou passar sem diminuir a velocidade entre um poste e uma senhora de já seus setenta anos, caminhando devagar. Na passagem o braço direito do guidão pegou na alça da bolsa da senhora. De raspão, de leve. “Ufa! Passei”. Continuou seu caminho rapidamente, nem olhou para trás. “Por que esse povo não abre espaço, não tão vendo que eu to com pressa?”. Deu uma acelerada de meio quarteirão e alcançou o banco ainda aberto.
O terceiro homem andava de bicicleta pela rua movimentada. Estava com pressa, andava rápido e precisava ficar desviando das pessoas. A rua estava parada de trânsito passava muito motoqueiro pelos corredores, teria que ir pela calçada mesmo. Enquanto andava, quieto e concentrado, seguia pensando, apenas pensando sem dizer uma palavra:
Cinco minutos até o banco fechar, chefe imbecil, faz a cagada e eu tenho que consertar”. Ele partiu concentrado, determinado. Não poderia se atrasar, poderia perder o emprego. A frente uma mulher não o via chegando por trás e na direção contrária um homem de uniforme percebeu a situação e abriu espaço para ele passar entre os dois. “É abre espaço mesmo se não passo por cima, otário”.
Em seguida um grupo de moleques voltando da escola, ocupavam a calçada toda e nem quem vinha a pé teria por onde passar. “Bando de muleque vagabundo, não têm mais nada pra fazer não? Bando de folgado, fecham a calçada toda”. Desceu numa guia rebaixada de uma garagem, passou pelo grupo, voltou para a calçada logo em seguida onde era um posto, porque já vinham dois motoqueiros logo atrás. “Imbecis! Se não tivesse aberto o trânsito um pouquinho eu ia descer e dar nesses pivetes”.
Ele ainda estava longe do banco e o tempo corria. Duas lindas meninas com roupas bem curtas conversavam em frente a uma casa. “Vadias! Isso é roupa de usar na rua? Aposto que tão aí pra dar pro primeiro vagabundo que aparecer”. Passou pelas duas e elas nem se deram conta.
Agora estava complicado. Devia ser inscrição de concurso porque havia muita gente espalhada na calçada em frente a um prédio do governo. “Que merda é essa? Por que essa cambada não faz uma fila direito e deixa espaço pra quem tem o que fazer passar? Vou passar no meio e eles que se fodam. Droga, é muita gente, e não tem por onde passar na rua. Cacete, vou ter que passar andando!”. Ele desceu da bicicleta, foi andando com ela ao seu lado, desviando das pessoas, até passar por toda a multidão. Subiu de novo e segui apressado. “Esse povo imbecil me fudeu!
Estava a uma esquina do banco, a calçada estava livre agora, ele ia bem rápido. Mas bem na esquina, uma senhora já com seus setenta anos olhava para o outro lado, resmungando, parecia que estava reclamando de alguém que já estava longe. Bem na hora que o terceiro ciclista passava ao lado dela, ela se virou de repente e o braço direito do guidão da bicicleta enroscou na alça da bolsa dela e rasgou. A bolsa abriu e espalhou tudo pela rua. A senhora desequilibrou e caiu sentada. O cara da bicicleta virou a roda, caiu e bateu com o ombro num poste e ralou a cara. “Puta que pariu, velha maldita! Quem vira pra trás assim, do nada, numa esquina??”. Levantou olhou a bicicleta toda torta. Passou a mão no rosto, não estava sagrando, mas estava ardendo. O ombro doía, mas conseguia mexer. Olhou adiante o banco já fechado. “MERDA! Não peguei o banco aberto! Agora to fudido. Essa velha, quanta gente imbecil tem nessa cidade!”. A senhora estava sentada no chão, mas parecia bem. As coisas da bolsa todas espalhadas. “Olha minha bicicleta toda zuada. Putz... olha a velha imbecil coitada. Nem sabe o que aconteceu”. Então ele foi até a senhora, ajudou a se levantar e pôs-se a recolher as coisas a bolsa no chão. A senhora sorriu, agradeceu, pediu desculpas por ter entrado na frente. O terceiro ciclista sorriu, um sorriso bem amarelo, desculpou-se também. “Coitada da velha”. Pegou sua bicicleta quebrada e pegou o caminho de volta, com a bicicleta no ombro, resignado.


Um menino via tudo pelo lado de dentro da vitrine da loja que ficava bem naquela esquina, enquanto esperava o pai. Ao chegar e ver toda aquela confusão, um cara com a bicicleta quebrada e uma senhora com a bolsa rasgada, o pai perguntou:
O que aconteceu, filho?”
Três homens de bicicleta passaram e trombaram com a velhinha, pai. Mas só esse último parou e ajudou. E ele foi o único que se machucou, coitado. Ele é o mais legal”.

5 Comments:

Blogger Lubi said...

Uma bela idéia, pensei logo quando me contou. E foi. E é. Cada detalhe. Cada pensamento na cabeça dos ciclistas.
E a mesma situação com pensamentos, ações tão diferentes! Porque é a vida.
E eu dei risada.
=P

25 julho, 2006 14:49  
Anonymous Anônimo said...

Oi! Muito legal ;-)
Suas histórias são interessantes e faz usar nossa imaginação!!

Natalia Andressa - moderngirl_@hotmail.com
Você sabe quem sou eu!!

Abraços

25 julho, 2006 20:45  
Anonymous Anônimo said...

Na verdade o jardim ainda faz parte da casa...qdo eu falo de jardim eu falo da parte externa e estética, qual é a impressão que o jardim faz da sua casa? e não que o seja algo p/ fora da janela pq o jardim continua fazendo parte da casinha não é algo além de vc apesar de ser externo sacou?
Pode comentar sempre quiser
bjs

28 julho, 2006 11:56  
Blogger Marjorie Chaves said...

É... acho que vou ter mais cuidado ao sair na rua, vai que eu me deparo com um cara desses!

=]

31 julho, 2006 11:54  
Blogger A czarina das quinquilharias said...

mmm, não sei. Talvez ele seja o mais legal mesmo. talvez ele estivesse tendo um dia ruim. será que pensamentos gentis adiantam alguma coisa se no fim você agir igual?
se bem que ele só ajudou pq foi o único que derrubou as coisas. Omenino não tava vendo com atençao...
bom, belo conceito trocar só o pensamento.
Abraço!!

07 agosto, 2006 20:09  

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