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O homem mais sexy do mundo segundo a Revista People.

17 outubro 2005

Passando despercebido

Hoje estou de novo aqui, largado por mamãe na creche, junto com todos esses outros meninos. Com meus 6 anos já sou um dos mais velhos daqui, pois meninos mais velhos que eu já passam o dia na escola enquanto os pais trabalham. Eu gosto daqui. As tias são legais, parece que gostam da gente, principalmente quando a gente se machuca. Mas agora eu já estou numa idade em que preciso cuidar mais dos outros e não pensar tanto em mim. Tenho que ajudar a não deixar as crianças que não andam, irem longe. Estranho isso né? As crianças que engatinham, que fazem mais esforço para se mover e que mal sabem para onde estão indo, são as que vão mais longe. Mas também nós, os maiores, que podemos andar pra onde quisermos e andamos rápido, até corremos, a gente não precisa ir muito longe. A gente sabe que não é difícil ir tão longe, então não deve ser tão legal. Besta isso né? Quando a gente cresce perde a curiosidade.
Acho que é também porque a gente cresce e vê mais longe. Então a gente não precisa ir até lá. É bom ver mais longe, mas a gente vê de longe também. Parece que a gente conhece tudo, mas não sabe de nada.
O que se conhece bem numa creche são os outros, principalmente os grandes. As tias aqui falam como se nós fossemos surdos. Será que elas acham que nós não as entendemos? Os menores também. Não eles não falam, mas eles agem como se nós não estivessemos lá. Querem pegar nossos brinquedos e nem se preocupam se estamos lá. Será que eles acham que nós não os vemos?
É bom para ouvir, quando ninguém sabe que você está ouvindo. É bom para manter suas coisas, quando ninguém sabe que você está cuidando delas. É bom passar desapercebido. Isso quando os outros não importam muito para você. Mas eu ainda tenho muito o que crescer para poder falar. Tenho muito o que ouvir, tenho muito o que cuidar, para poder ser notado.
E continuo vivendo bem assim, sendo largado, passando desapercebido, crescendo. Tudo que peço é um abraço das tias de vez em quando e um sorriso dos menores sempre que puder.

3 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Olha quem tá passando aqui!

dia 12 hein...

;***

06 novembro, 2005 19:42  
Anonymous Anônimo said...

Caramba,quando as crianças forem assim,tão prestativas e atentas à tudo,eu vou ficar com medo.Tipo "Olha quem está falando" né?
Eu fui uma crinça tão...calada,do grupo dop sem grupo,tipo,uma mosca morta mesmo.Nem imaginava nada disso ou pensava nos outros tampouco nos menores.Minha maior preocupação era saber se a fantasia da mulher maravilha ia estar disponível na sala de fantasias,frequentada toda semana pelo maternal II,mas a garotinha loira sempre pegava ela e a "Tia" nunca falava nada mesmo...

26 novembro, 2005 14:47  
Blogger Rodrigo, o Soneca, Pontes said...

Eu também fui uma criança dos sem grupo sabia??
E também esse não é um texto de memórias..haha é de ficcção, imaginação e metáforas, fantasioso.

Gostei bastante dos seus comentários..e que bom que tem gostado dos meus textos!

Mas uma coisa.. você não sempre disse que Sábado é o dia mais agitado aí na loja?? haha.. não parece, tá com bastante tempo livre. ;) Mas obrigado!
beijos, menina

26 novembro, 2005 15:58  

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